quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Meus Avôs

É só pra dedicar um post pros meus avôs.

Milton (Seu Zé) já morreu. Mas por mais que pareça coisa de clichê, ele está sempre nas nossas lembranças e nos nossos corações. Mentes, na verdade. Enfim, ele passou por coisas difíceis. Teve vários infartos, retenção de líquidos nos pulmões, e teve de cortar dois terços do coração. Tudo isso depois de velho. E ainda viveu mais de oitenta anos. Era a maior figura. Grosso, cretino, falava muita merda, preconceituoso, homofóbico... um velhão old-school, sabe? Mas também, era um homem sábio, honesto, um bom avô (deve ter sido um bom pai também, pois meu pai não deixa de ser um), batalhador, forte e inteligente. Sempre tinha um assunto sobre o qual conversar, e era realmente legal conversar com ele, mesmo que a gente nunca falasse realmente de nada. Acho que ele seria uma ótima pessoa para a qual pedir conselhos. É, foi uma merda ver ele lá deitado no caixão. Certo que por uma experiência sobre-natural ou não que eu tive, eu sei que ele está bem agora. Simplesmente sei e é o suficiente pra mim. Que bom que tive uma ótima conversa com ele, quando a gente viajou junto. Se não, a última memória que eu iria ter que guardar dele é a dele deitado no caixão. Resolvi ficar com a anterior. Ele estava bem e feliz... Adeus, Seu Zé.

Antônio (Toninho), ainda tá aqui com a gente. Felizmente. Depois de câncer de próstata e dois derrames, esses também depois de velho, ele ainda tá andando, conversando e vivendo. Claro que ainda tem sequelas, ele quase perdeu os movimentos da mão direita. Ele tá vencendo isso também. Fisioterapia. É realmente incrível que ele ainda consiga conversar com a lucidez que ele tem, mesmo que esteja lerdinho. Sabe, a gente nunca conversou de verdade. Só trocamos algumas palavras, mas o grande barato dele é que quando você está com ele, mesmo sem conversar, você percebe a alegria dele de ter um pouco de companhia, com aquele jeitão quieto e simples, de caipira, com aquele semblante calmo, no qual você percebe que há bastante sabedoria por tás daquele rosto cansado, que pode lhe dar muitos conselhos bons, se você perguntar. É, ele também é foda. Acho que vou dar um chapéu pra ele... Um abraço, Vô Toninho.

Minhas avós também não ficam atrás. Inês ainda cuida do meu avô Toninho, e de algumas encheções de saco que não quero falar agora. Também é muito forte, lutadora, esperta, gentil e bondosa. Sidney, Néi, esposa do Seu Zé, também, apesar de muitos dos defeitos que não quero citar, é uma mulher boa, inteligente, cheia de sabedoria, cultura, conhecimento e uma grande mente. Um beijo pra vocês também.

Eu simplesmente não acredito em quantas intriguinhas de família irritantes eles podem causar, diga-se de passagem. É um saco. Mas isso é de menos. Deixa pra lá. Isso aqui é um post pra homenagear os velhos que fazem parte da minha vida. Um abraço pra todos eles.

Capitão Abutre desligando.

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