segunda-feira, 15 de julho de 2013

Rebeldes Sem Causa

É constante que aquele rebanho de mala da minha faculdade fique interrompendo aula pra passar recado sobre manifestações, protestos, atos, etc... e eu acho isso particularmente irritante.
Foi engraçado um dia que eles interromperam uma aula pra falar de um ato contra a associação que a União Nacional dos Estudantes ia fazer com o PC do B, e a Associação Nacional dos Estudantes - Livre iria se opor a isso, pois um movimento estudantil, sendo esquedista, não pode se unir a um partido político. Até que o professor lançou a pergunta: "Mas o PC do B é 'Partido Comunista do Brasil'. É um partido de esquerda. Então quer dizer que vocês estão bravos porque a esquerda vai se aliar a esquerda?". Cara, ninguém teve resposta. Vou dizer o que penso sobre todos esses movimentos estudantis de faculdade depois, porque é muita coisa mesmo, mas pra mim isso parece apenas uma disputa de poder entre dois partidos de estudantes, e interromper uma aula muito foda por causa disso é ridículo.
Outra cena comum é ver esses manos metidos a revolucionário comunista com camisa do Che Guevara e tênis da fucking Adidas! Outro dia um amigo meu viu um mano vidrado num iPad com capinha vermelha, que deve ser mais caro que um PC de desktop, usando uma camisa do Che Guevara! Caralho, como esse pessoal consegue ser hipócrita! Quer aderir a um movimento comunista sem nem ter coerência para com ele!
Mas o motivo da postagem é o seguinte: eu acho engraçado esse pessoal que fica fazendo manifestação pelo fato deles serem um bando de metidos a besta. Quer dizer, aqueles protestos que estouraram por causa da passagem do ônibus/metrô, onde foram centenas de milhares de pessoas, inflaram o ego desses manés de tal maneira que eles se acharam no direito de escrever numa letra gigante na lousa "CHUPA, REAÇA!" pro pessoal das aulas da noite, que vai lá e tá pouco se fodendo pra movimento estudantil, porque trabalha o dia inteiro e quando chega lá quer estudar, não ficar aguentando encheção de saco. Quer dizer, enxerguem da seguinte maneira: esse pessoalzinho fica constantemente fazendo ato por causa disso, por causa daquilo, porque a esquerda não pode se aliar a esquerda,... Um dia teve uma porrada de marmanjo andando de saia na faculdade pra comemorar o aniversário do dia em que a homossexualidade deixou de ser uma doença de acordo com a medicina, entre outras inúmeras presepadas. E o problema é que esse pessoal se acha um exemplo! Porque "luta pelos seus direitos", porque "luta contra a corrupção", luta "pelas cotas e pelos direitos dos negros", luta "a favor do feminismo", e luta não-sei-mais-pelo-quê, apesar de 90% deles ficar no pátio do prédio fumando maconha, bebendo e vagabundando ao invés de estar na aula! QUE MERDA DE EXEMPLO!
Mas até aí esse não é o problema. O problema é esse pessoal ficar entrando em sala de aula, como se pra todo mundo os atos deles fossem a coisa mais importante do mundo, e ser todo metido a fodão, sendo que são um bando de filhinho de papai que entrou na faculdade outro dia, não estuda, não trabalha, não faz porra nenhuma de produtiva com os impostos pagos pelo povo brasileiro inteiro, achar que sabe mais que todo mundo, que é melhor que todo mundo! E a pior coisa é eles se acharem no direito de mandar os reaças "chuparem" porque só umas 100 mil pessoas aderiram a um protesto que eles ACHAM que começaram! Sendo que o povo nunca aderiu a nenhum protesto que eles fizeram, esse foi o único! O povo não tá nem aí pros seus protestos, o povo só quer gastar menos pra poder ir trabalhar! Sem falar que 100 mil pessoas não é porra nenhuma em relação aos quase 200 MILHÕES de habitantes passivos que existem dentro dessa porra desse país! 
Se você que estiver lendo isso for um desses "revolucionários", saiba: eu vou respeitar você desde que você respeite a mim e ao meu direito de assistir aulas sem interrupções. Se não, faça o favor de ir se foder. Você tinha mais é que estudar ao invés de desperdiçar a vaga de alguém que queria estar estudando na faculdade. Agora, se você quiser fazer seus protestos, faça. Eu não quero nem saber. Só não fica interrompendo aula e pagando de fodão pensando que é melhor que os outros porque está enchendo o saco numa faculdade. Agora, se você é revolucionário, sério e dedicado, e se você não for mala quinem a maioria, não se ofenda, eu só estou exercendo o direito de dizer o que penso da maioria do "seu pessoal" no meu blog. Obrigado.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Guerra E Ódio

Sempre que algum filho da puta vem me dizer "paz e amor", eu respondo "guerra e ódio". Por quê? Simplesmente porque não acredito em Paz. A ideologia da coisa que chama-se "Paz" é uma coisa simplesmente absurda e tão anti-natural quanto a Guerra, o Ódio e o Amor são naturais. Quer dizer, todo mundo diz que os cães são perfeitos, são amorosos, inocentes, carinhosos, etc.. E eles são sim, mas isso é tão natural de qualquer animal que tratemos bem quanto é natural o fato de que se você ver um cachorro na natureza, ele não vai ser esse bichinho fofo que temos em casa, mas vai ser um predador. Vai caçar, vai lutar, vai matar e vai comer, porque tudo isso é necessário na luta pela sobrevivência. E no final, é algo tão natural quanto respirar.
Veja, o ser humano, apesar de ter toda a capacidade que os outros animais não têm (intelecto altamente desenvolvido e polegar opositor, sem falar em coisas como criatividade), o ser humano ainda tem grande contato com o lado "selvagem". Afinal, quando alguém vê outra pessoa e chama de "gostosa/o", e sente vontade de fazer sexo com essa outra pessoa, não é um momento em que o instinto tomou conta? E isso acontece o tempo todo, pois as pessoas sempre estão avaliando o físico umas das outras, mesmo que seja isso involuntário e ninguém queira admitir, em busca de um parceiro com grande probabilidade de gerar uma prole que seja forte e que vá sobreviver, garantindo o futuro da espécie. Ou quando pisam no pé de um cara e ele grita "cuidado, porra!". É um momento em que a dor faz a pessoa ter uma reação imediata de auto-proteção temperada com raiva, e, como ninguém pode sair simplesmente matando o outro por causa de uma pisada no pé (ou pode, não sei) a pessoa grita "porra", que é algo tomado como obsceno, mas é uma forma de extravasar a raiva sem chegar ao conflito físico. Outro sentimento regido pelo instinto é o medo. O medo é simplesmente uma forma de auto-conservação. Ou reagir a um ataque físico... Enfim, no cotidiano existem inúmeros exemplos de momentos em que o instinto está presente nas mentes de todos os "seres civilizados".
Então, por que existem apelações pela Paz, se a Guerra é algo tão natural de todos os seres vivos? Dá pra saber?
Quer dizer, uma guerra começa quando duas ou mais nações disputam por determinadas fontes de recursos (não, não é por ideologia, nem religião, nem por mais porra nenhuma, é simplesmente por dinheiro e poder, pois estes tornam a sobrevivência algo mais fácil e promissor). E por que essas duas nações não podem dividir o recurso e sobreviverem ambas? Porque, no caso, ambas entram em decadência.
Veja, se duas nações, ao invés de entrar em guerra por algo, entrarem em um acordo e dividirem esse algo, o que acabará acontecendo é que ambas as nações vão usufruir de tal fonte e vão crescer. E não importa o quão grande essa fonte acabe sendo, uma hora ela não irá mais ter capacidade de sustentar as duas nações, e ambas irão morrer. Por outro lado, a fonte poderia ter capacidade de sustentar uma nação, apenas, por muito mais tempo, até o momento em que essa nação tivesse de procurar por uma nova fonte maior, e esse movimento se repetiria, o que colocaria essa nação em ascensão, até que ela encontrasse uma nação mais poderosa, perdesse a guerra e acabasse.
"Ao vencedor, as batatas!" (Quincas Borba)
Então voltamos à pergunta: por que abominar a Guerra, se a mesma é algo natural?
A resposta: Ideologia. Não a Ideologia vista em sua forma poética, como nas músicas do Cazuza, mas a Ideologia em seu sentido verdadeiro: todo um grupo de ideias conectadas entre si pertencentes a um contexto histórico e social que representam o que se passa na cabeça das massas. Ora, sociedades antigas, até mesmo pré-gregas, consideravam o ato de trabalhar como algo não necessariamente dispensável, mas algo que não deve tomar enorme importância e tempo do dia de alguém. Sociedades mais "simples" dependiam de trabalho, com certeza, mas essas eram sociedades onde bonito era o não-trabalhar, mas sim ter a maior parte do dia para si mesmo: praticar esportes, cuidar dos filhos, dedicar seu tempo a seus deuses, e todo aquele grande grupo de pequenas coisas que, hoje, todos querem fazer durante o dia mas não tem tempo porque tem que trabalhar. Veja, a ideia de trabalho como algo a ser ostentado surgiu junto à Revolução Industrial, onde, para que se mantivesse esse novo sistema que tem como base o consumo acelerado, era preciso que todo mundo trabalhasse pra ganhar dinheiro e consumir. Isso resultou na adoção de uma nova ideologia pelas pessoas: a ideologia que diz que trabalhar é importante, é algo a ser ostentado e algo do que se orgulhar, e trabalhar quinem um louco faz do homem, o que bate no peito e diz "sou trabalhador", melhor que os outros, e o sujeito que não trabalha é vagabundo, algo indigno, sendo o "vagabundo" uma ideia, um preconceito que surgiu nesse momento mais moderno. Afinal, quem nunca ouviu a vovó dizer "ficar dormindo de tarde é coisa de vagabundo"? Talvez eu venha dissertar sobre essa Ideologia em outra postagem, mas, no momento, falemos sobre a Guerra na cabeça das pessoas.
Então, no que a Ideologia influi sobre a Guerra? Ora, no que diz respeito à Guerra, na Ideologia aceita pelas pessoas hoje, é o seguinte: o mundo é perfeito; tudo com que se deve preocupar é trabalhar e comprar; tudo funciona como deve funcionar, e algo que foge disso é algo distante e alheio à essa sociedade perfeita; e a Guerra é uma simples explosão de violência que pode ser facilmente evitada como um resfriado pode ser evitado ao se vestir uma blusa em um dia frio, e a Guerra é tão distante da perfeição que é o mundo que seus motivos não são dignos de conhecimento geral (na verdade quase nada é digno de conhecimento geral, diga-se de passagem).
MAS ACONTECE QUE NÃO É! A GUERRA NÃO É UMA SIMPLES EXPLOSÃO DE VIOLÊNCIA DESNECESSÁRIA E SUPÉRFLUA FACILMENTE PREVENÍVEL! A Guerra é política, a Guerra é econômica, a Guerra é instintiva e a Guerra é sobrevivência! "Ao vencedor, às batatas!" e o perdedor morre!
O problema é que as pessoas pensam que esse mundo é perfeito, no mesmo momento em que se pode ligar a TV e ver inúmeros assassinatos, roubos, estupros, sequestros e sei lá mais que tipo de cagada, mas as pessoas enxergam isso de forma distante, alheia, e só veem isso como um problema e como parte da sociedade quando o crime acontece com elas! E isso também é parte da Guerra! Porque é só estourar uma guerra por aí que todo mundo se caga de medo. Todo mundo faz manifestação contra a guerra. Porque a guerra é realmente algo que tenha mais capacidade de atingir pessoas do que crimes isolados. Todo mundo tem medo de ir pras trincheiras, todo mundo ter medo de perder o filho na guerra, todo mundo tem medo da destruição que as guerras deixam em sua área de acontecimento. Todo mundo tem medo da violência.
Ora, mas a violência não está em todos os lugares da sociedade? Está. Só que a Guerra assusta porque todos esses atos de violência são cometidos de uma vez só num mesmo lugar, enquanto os que acontecem no que as pessoas chamam de "Paz" são afastados, o que diminui a sensação de medo.
Onde o artigo queria chegar é: tudo que acontece na Guerra, acontece na "Paz". Roubo, saque, pilhagem, assassinato, desmembramento, morte, estupro... Afinal, na Guerra e na Paz, o mundo é o mesmo. Os líderes são os mesmos, os lugares são os mesmos, as pessoas, os tabus e os crimes são todos os mesmos. Assim como na Paz ainda existe morte, pois a Paz não impede ninguém de morrer num acidente ou de perder uma perna, na Guerra também existe isso. A Paz não impede ninguém de viver, lutar, sofrer e morrer; assim como na Guerra ainda pode existir amor entre um casal, amizade, companheirismo e vida, pois a Guerra e a Morte fazem parte da Vida.
Na Paz não existe total harmonia, felicidade, amor e companheirismo, assim como na Guerra não existem apenas soldados bravos e honrados liderados por comandantes poderosos que vencem batalhas gloriosas. Tudo que existe na Paz, existe na Guerra. O Mundo é o mesmo, então apelar por Paz é o mesmo que pedir para que um leão não devore um cervo pra não morrer de fome simplesmente porque o cervo é bonitinho.
Enfim, Guerra, Ódio e Amor pra todos vocês pois estas são partes naturais da vida. Não Paz. Afinal, se as pessoas não estão em paz com elas mesmas, como podem estar em paz com o resto do mundo? E, principalmente, como o mundo pode estar em paz com o próprio mundo? Isso não existe. Utopia não existe.