quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Palavras (Words)

Depois de tentar inúmeras vezes explicar e entender o que sinto ao ouvir as músicas do Voltaire, eu percebi que algumas palavras não são o suficiente. Tive que fazer um poema, pra explicar a mim mesmo e aos outros o que sinto quando ouço as músicas de Aurelio Voltaire. E é engraçado eu escrever uma tradução pro inglês depois, pois quero mandar o link do blog pra ele, por mais infantil que essa atitude pareça. Ao contrário do que se pode pensar, eu não busco aprovação. Nem a dele, nem a de ninguém. Eu só quero que entendam.


Palavras, Noturnas Palavras

Difícil é interpretar, em
minhas meras palavras, um
sentimento tão profundo e poderoso.
E explicar,
com clareza,
o que me passa na cabeça
e trespassa, ocupa
o canto mais profundo e escuro do meu ser.

Nessa escuridão fria,
encontro calor.
Naquilo que assusta e oprime,
encontro conforto.
E nesse paradoxo de emoções
encontro-me ao ouvir-te:
ao sussurrar em meus ouvidos,
com sua voz forte, e violinos...

E nos violinos,
fúnebres e finos,
encontro a mesma paz que encontro
nos livros que leio... Compulsivamente...

E na sua voz,
grave e solene,
encontro a música, que me ajuda
a suportar todas as loucuras... As minhas e as do mundo...

E na música,
na música, eu sinto
em cada nota
e acorde
e verso
e refrão
aquela velha melancolia. Que,
ao mesmo tempo, me traz paz e alegria.

E me põe de acordo,
com conforto,
em paz
na solidão, posteriormente, o doce manto
que sinto e sentia...
E sempre, e tanto...

Portanto agora,
com tal ajuda que me providenciou
caminho destemido, nessas ruas escuras
e embrenhadas, como os ramos
de uma velha árvore de folhas secas
que caem aos meus pés,
e as nuvens, pelo luar acesas,
revestem-me de noite
e de neblina
que me dilatam a retina
e me fazem enxergar
todas as formas obscuras
que não mais podem me assustar,
e fogem, quando meus passos,
agora silenciosos,
acompanham meu andar...

E a vida, agora, é um colar
de lágrimas e risos
e maldições e bençãos
e choros e sorrisos,
nem sempre falsos, nem sempre sinceros,
que meu velho coração
às vezes me faz recordar

Enquanto caminho pelas sombras da noite
e nada temo, pois sua banda de fantasmas
escuros, estranhos, sinceros e felizes
está a me acompanhar, liderados por você,
ouvindo a harmonia e melodia grave de sua voz,
enquanto eu vejo o sol nascer,
vermelho
e velho,
e lhe sinto desaparecer,
enquanto sei que retornará
para que eu possa, mais uma vez, te ouvir e ver,
assim que a noite chegar...



After trying numerous times to explain and understand what I feel when I hear Voltaire's songs, I realized that some words are not enough. I had to make a poem to explain to myself and others what I feel when I hear Aurelio Voltaire sing. And as funny as it seems, I wrote an English translation, because I wanna send him the link of this post, even if this attitude seem too childish. Contrary to what one may think, I do not seek approval. Neither his, nor anyone's. I just want you to understand .


Words In The Night

It is difficult to interpret in
My mere words, a
feeling so deep and powerful.
And explain
clearly,
what goes on in my head
and pierces, occupies
the deepest, darkest corner of my own being.

In this cold darkness,
I find heat.
What frightens and oppresses,
conforts me.
And in this paradox of emotions
I find myself listening to you:
whispering in my ear,
with your strong voice and violins ...

And the violins ,
funereal and thin ,
find the same peace I find
in the books I read ... Compulsively ...

And in your voice,
grave and solemn
I find the music that helps me
to endure all the craziness... Mine and the world's...

And in music ,
in music, I feel
in every note
and chord
and verse
and chorus
that old melancholy, that
at the same time, brings me peace and joy.

And put me in line,
confortably,
peacefully
in the loneliness, that later, became the sweet mantle
that I feel and felt ...
And always, and so ...

So far,
with such aid you provided
I fearless walk these dark streets
and tugged like the branches
an old tree whose dead leaves
fall at my feet,
and the clouds, lit by the moonlight,
brazes me with night
and fog
that dilates my retina
and makes me see
all the obscure forms
that can no longer scare me,
and flee, while my steps,
now silent,
accompany my travel...

And life, now, a necklace
of tears and laughter
and curses and blessings
and cries and smiles ,
not always false, not always true,
that my old heart
sometimes makes me remember

As I walk through the shadows of the night
and fear nothing, as your band of ghosts
dark, weird, sincere and happy
keeps me company, led by you,
listening to the harmony and melody of his grave voice,
while I see the sunrise,
red
and ancient,
and feel that you are disappearing,
but still, knowing that you'll return
so I can, once again, hear and see you,
as the evening comes ...