sábado, 3 de maio de 2014

Mais Uma Postagem Sobre Steampunk

Faz tempo que não escrevo aqui. Talvez tenha pensado em nunca mais escrever. Primeiro, por encontrar-me sem tempo, energia e paciência para escrever. Segundo por estar passando por momentos muito ruins de descobertas pessoais no momento.

Para os malditos idiotas que pensarem bobagem Não, não estou virando gay, nem nada.

Gostaria de falar nessa postagem sobre duas coisas aparentemente desconexas. Três, na verdade.
Baianos, pessoas em geral e steampunk.

Por quê baianos? Se tiver algum baiano lendo isso, pare agora. Vai querer me matar. Baianos porque eu detesto baianos. Não é um complexo de superioridade de paulistano, nem nenhum preconceito relacionado a cor, origem, nem nada. É que eu acho que o baiano (principalmente o soteropolitano. Nem outros baianos gostam de soteropolitanos) tende a ser o indivíduo mais chato, feio, cabeça-quadrada, convencido, marrento, porco, mal-educado e totalmente despido de elegância que eu já encontrei na vida. Se você que está lendo agora é de Salvador e não se encaixa nessas características, tem todo meu respeito e cordialidade. Se não tem, ainda é metido a macho. Tanto que nem outros nordestinos conseguem sê-lo tanto quanto o soteropolitano.
Agora, por quê cheguei a essa conclusão? Por andar muito em transporte público em SP, onde tem muito nordestino, e perceber que muitos deles são mal-educados a ponto de trombar em você, derrubar o que você está carregando, e nem ter a elegância de pedir desculpas por cima do ombro. Cheguei à conclusão de que a maioria deles é baiana por conhecer pessoas nordestinas e descendentes de nordestinos e perceber que o pernambucano, o sergipano e o paraibano são muito mais bem-educados que o soteropolitano, que faz questão de ser chato e fazer coisas como ouvir o maior exemplo de ralé intelectual da música baiana em um volume que o bairro inteiro é forçado a ouvir. TODO MALDITO DIA. Os outros nordestinos não o fazem constantemente.
Mas, olhando por outro lado, por que esperar dos baianos comportamento educado e elegante, se em raça, classe social ou nível de renda, é incomum encontrar qualquer comportamento elegante e educado? Quero dizer, hoje, estou vendo que muito se perde da educação das pessoas. Não digo isso apenas no sentido científico, mas digo em relação à convivência também. Quantas pessoas te pedem desculpa quando trombam em você na estação? Quantas pegam algo que você deixou cair no chão? Cedem o lugar no ônibus para um idoso ou uma idosa? Seguram a porta do elevador pra alguém? Te dão licença pra passar? Só uma ou duas entre milhões. Gente, onde foi parar a elegância, se hoje "estar bonito" se resume a não cuidar de uma barba cheia e bonita, ter cabelo cortado à máquina-zero pra não ter que pentear? Onde foi parar a classe se hoje estar bem-vestido se resume a usar uma dessas bermudas de surfista de tactel e uma bosta de camisa escrito "Abercrombie"? O QUE PORRA QUER DIZER ISSO? POR QUE ESSA CAMISA É BONITA? POR QUE VOCÊ FICA BONITO NELA?
Chego à conclusão que os defeitos que eu disse que o soteropolitano tem são comuns em todos, a diferença é que o soteropolitano os tem em excesso, enquanto no resto das pessoas são enrustidos. Também, o que esperar de uma sociedade em que, ainda hoje em dia, se pregue que é bonito ser mal-educado? Resulta em uma sociedade de pessoas extremamente rústicas e mal-educadas.
E eu, como amante de steampunk, me recuso a sê-lo. Prefiro, pelo menos, pensar que sou sofisticado, educado e interessante. Como dizem os amantes de steampunk, um sir. Mas que tem o steampunk a ver com todas as ideias citadas? Bem, enquanto notava tal falta de elegância nas pessoas que vejo todo dia, não pude deixar de notar nos celulares que elas usam. Nas tecnologias de informação contidas nas mãos de quase todo mundo. Sem falar nas tecnologias de transporte, etc...
Como steampunk se trata quase totalmente de tecnologia, vejamos em paralelo as tecnologias steampunk com as de hoje, relacionando-as às pessoas: o steampunk consiste, basicamente, em um sub-gênero da ficção-científica dominado por máquinas a vapor, geringonças cheias de engrenagens, trilhos, ferro fundido... Em si, toda uma tecnologia rústica. As pessoas usam roupas com tendências vitorianas, parecidas com roupas do séc. XVIII/XIX, e, enquanto as tecnologias são brutas e rústicas, as pessoas são refinadas, sofisticadas e educadas. A tal ponto que elas tendem a conseguir até disfarçar sua ignorância (nem todo mundo é gênio, né?). Hoje, observa-se o contrário. As máquinas são cada vez menores, mais sofisticadas, complexas e bonitas, e as pessoas são cada vez mais mal-educadas e toscas. Resultado de tecnologia refinadíssima, e uma educação tanto escolar quanto familiar (em sua maioria) que as torna quase uns trogloditas. Só falta o porrete.
E isso, ao mesmo tempo de ser extremamente interessante e me fazer ter muita vontade de estudar tal relação, me é extremamente incômodo, pois eu gosto de pensar que sou educado, sofisticado e "classudo", por mais gay e estranho que isso soe.