sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Armas São Armas

Mano, lembro que uma vez eu discuti com meu pai sobre o protagonista do meu livro. Bem, eu contei que o fodão é um ceifeiro (luta com uma foice). Ele falou que acha isso muito sinistro, pois a foice é a arma usada pela Dona Morte e o cacete a quatro.

- Por que é tão sinistro?
- Porque a foice é a arma da Dona Morte. Pelo menos em sua simbologia.
- Pai, então qual seria a diferença se ele usasse uma espada?
- Bem, a espada tem todo um significado diferente. Os monges budistas e hinduístas usam espadas, como se fosse uma extensão do corpo, para transmitir energia... Sem falar que a espada sempre foi a arma usada pelos heróis, por significar "cortar o mal pela raiz". O São Jorge, por exemplo, luta usando uma espada.
- E daí? Faria muita diferença se eu usasse uma AK-47, ou uma M16? A única diferença seria a eficiência de cada fuzil, mas ambos continuam sendo instrumentos feitos para matar. Tudo o que muda é a forma. Do mesmo jeito que uma espada e uma foice cumprem seu papel que é ajudar os seres humanos a arrancar os miolos uns dos outros sem nenhum motivo que justifique o ato. Armas são armas, não importa sua forma, tamanho e significado. Só porque a espada tem esse significado de "cortar o mal pela raiz" ela deixa de ser uma arma? Não. Sem falar que a foice tem mais uma utilidade além de matar: cortar bambú/milho/cana/palmito. Essa porra aí de ser uma arma da justiça é a maior baboseira. Quando os EUA explodiram Hiroshima e Nagasaki com a bomba-atômica, a bomba era outro "instrumento de justiça". Derramar sangue é derramar sangue, não importa o motivo; e armas são armas, não o tamanho e forma.

(Sem falar que eu já tô por conta do caralho com heróis como Eragon, ou Harry Potter. Cheios de suas virtudes e coisas assim. Já encheu. Mozes vai ser uma coisa inovadora: sinistro, sanguinário, que acredita que os fins justificam os meios, que passa por cima de qualquer imbecil que tentar pará-lo, mas vai ter um objetivo bonito e altruísta no final, pois ele significa que algo de bom também pode vir das sombras da noite mais escura, não apenas do amanhecer do dia mais ensolarado).

Tchauzes.

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